Geraldinho, Serrinha e Aécinho
Qual é o efetivo problema em ser de direita? A princípio
nenhum. Bem como sabemos na teoria os sistemas políticos, as medidas
econômicas, as ideologias quaisquer sempre têm lá a sua lógica. Ser direita não
é todo ruim... ruim é ser de uma direita rasa. Lembro-me um caso curioso
relacionado as eleições para o Centro Acadêmicos de História aqui na UFOP lá
pelos idos de 2007 em que haviam duas chapas disputando, o que se tornou
raríssimos nos últimos tempos, uma de “esquerda”, e outra de extrema direita.
Enquanto os primeiros estavam preocupados com o espaço de representação na
Universidade, melhoria das condições do ensino dentro do Instituto, de uma
otimização da grade curricular; os segundo não propunham nada, estavam muito mais
preocupados em fazer com que Coca-cola voltasse a ser vendida na cantina do
ICHS, proibida pelo falecido diretor Prof. Ivan Antônio de Almeida, por
questões que envolviam a saúde dos alunos. O papel da “oposição” ali era apenas
o de tumultuar, o que não é muito diferente do que está acontecendo com a nossa
política nacional atualmente.
Do que fizeram da direita brasileira? Até a entrada dos anos
2000 era ela quem comandava o país, os grandes nomes do poder vinham do PSDB,
do antigo PFL (hoje DEM), do PP e por aí vai. Fernando Henrique Cardoso era
amado e idolatrado, a dupla Covas e Alckmin era o exemplo de governabilidade,
enquanto o PT (cabeça da oposição) era o grupo comunista que ao tomar o poder
instauraria a ditadura de esquerda em nosso país, me lembro direitinho o meu
pai me dizendo isso quando era mais novo. Coitado, acabou virando um péssimo
doutrinador. Dez anos depois da eleição do Lula para a presidência da República
o cenário é abismalmente o inverso. O PT assumiu o poder e soube muito bem controlar
a situação, promover melhorias efetivas na questão social (AINDA FALTA UM MUNDO
PRA SER RESOLVIDO), não instaurou a ditadura esperada pelo meu pai e
transformou a direita inabalável em um bando de corneteiros perdidos. Como
disse Valdo Cruz: “dá dó”.
Roberto Freire vacilão
Essa semana teve o patético episódio do deputado Roberto
Freire (PPS-SP), que caiu na pegadinha do site humorístico G17, em que afirmava
que a presidenta Dilma teria mandado o Banco Central imprimir nas cédulas do
Real a frase “Lula Seja Louvado”. O deputado biruta então publicou em seu
Twitter: “Isso é uma ignomínia! Dilma pede e B. C coloca em circulação notas
com a frase 'Lula seja louvado'". É muita falta de atenção pra uma pessoa
só. Agora tem a questão da mudança das regras para caderneta de poupança, dos
cortes de juros da Caixa Econômica, que será seguido pelo Banco do Brasil. A
direita defende o corte de juros para aqueles que investem em aplicações
financeiras, tais como fundos de investimento, e não para a Caderneta, ou seja,
a minoria que investe teria mais vantagens do que a maioria que poupa o ser
suado dinheirinho.
Ainda tem outros casos que demandariam mais páginas de
discussão, como a questão Demóstenes/VEJA, o absurdo código florestal, e a
articulação direita/religiosos contra a acertadíssima decisão do Superior
Tribunal Federal com relação à descriminalização da interrupção terapêutica da
gestação de fetos anencéfalos. A direita, principalmente o bizarro Reinaldo
Azevedo, que de tão reacionário deveriam criar uma nova categoria para encaixá-lo,
chegou a chamar o STF de “Cristofóbico”... o que é isso?
A direita brasileira está completamente perdida. Não me
considero uma pessoa completamente de esquerda, pelo contrário, acredito ser
alguém ponderado. Não saio por aí levantando bandeiras, mas dê a César o que é
de César. O governo petista não é perfeito. Não podemos fechar os olhos para a
falta de investimento na educação, na saúde, na infraestrutura de nossas
cidades, sobretudo as de saneamento básico (Tá tudo péssimo!), mas em
comparação a outros governos já melhorou bastante, e espero que a tendência
continue. Os partidos de oposição já não têm mais condições de reger nada. A
mesma corja que está na política há anos no poder enegrecendo a democracia que
foi conquistada à duras penas.
Só nos resta esperar qual será a próxima peripécia da
direita, para a nossa alegria, rs!
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