Rádio Reverberação

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Somos causadores de nossa própria extinção

Homem usa máscara na área de Zamalk, onde oposição acusa 
governo sírio de ter usado armas químicas REUTERS/ Bassam Khabieh

Nos últimos dias nos deparamos com uma das maiores tragédias da história da humanidade. Mais uma tragédia artificial provocada pelo espetacular, e perverso, intelecto do Homem. Os ataques com armas químicas na Síria mais uma vez mostra que estamos caminhando para o caos. Mesmo sendo homo politicus, não sabemos utilizar essa condição em benéfico de todos. A guerra acontece a partir do momento em que o ego/interesse de poucos ultrapassa o bem estar de muitos, ou melhor dizendo, quando uma minoria põe em jogo a vida de povos inteiros a fim de manter ativo seus interesses particulares ou de grupos ao seu redor. Não importa – a princípio - se estamos ao lado de Bashar al-Assad ou dos rebeldes. É necessário sempre colocar em primeiro plano o povo sírio. Homens, mulheres e crianças que estão todos os dias lutando para viver em um país soberano, em um ambiente que possam viver – não sobreviver – em paz, nem utilizar do artifício da guerra para isso. Tal situação não se alcança com o diálogo, não é atingida através da democracia, nem de longe. A resistência, neste sentido, é justificável como instrumento para se alcançar a paz roubada pela ditadura. O grande ideal é que não tivesse a necessidade de embate bélico, mas acordos políticos benéficos. Que ingenuidade.

Frente a não possibilidade do grande diálogo vemos as notícias sobre ataques de armas químicas em pleno 2013. Imagens chocantes de crianças mortas, pessoas passando mal e desespero por parte de todos. Quem se beneficia com tais ataques? Em quais reais circunstâncias eles ocorreram? Prudentemente os órgãos noticiosos falam em “supostos” ataques com armas químicas por não terem como confirmar se são mesmo ou não. No entanto, os corpos enterrados em valas comuns, em Damasco, esses sim são verdadeiros. O grande fato é que centenas de seres humanos, a devassa maioria de crianças inocentes, pereceram graças ao poder destruidor do Homem. Somos causadores de nossa própria extinção. O auge do poder tecnológico é mesmo o início da catástrofe. É difícil imaginar um futuro melhor. Nunca pudemos aprender com a história, mas mais do que nunca os historiadores não conseguem imputar sentido a ela, e isso não atinge positivamente a humanidade e seus gestores. Não espero dias melhores... não mais!