Rádio Reverberação

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O drama de Medeia

Medeia, por Eugène Delacroix

Coitada da Medeia... acho mesmo que ela poderia ter um fim diferente, que tanto poderia ser para o bem, quanto para o mal... depende da interpretação do sujeito. A moça atravessando a linha tênue entre a razão e a paixão precisava escolher um lado e nele ficar. Quaisquer das duas opções que ela escolhesse sairia com o coração ferido. Escolher a razão ficando ao lado de seu pai e de seu povo, ou escolher a paixão e ajudar Jasão, seu amor, a completar sua missão?! A jovem escolhe a segunda opção e paga um altíssimo preço por isso. Deixou que a paixão a guiasse à tragédia. Uma escolha arriscada, que de fato ela não saberia onde a levaria. Por fatalidade do destino ela se deu mal. Mas mesmo assim ela foi, deixou ser guiada pelo seus sentimentos mais passionais. Mas e se ela tivesse escolhido ficar quieta em seu canto, usar a cabeça e se afastar de Jasão? Em tese as coisas seriam bem melhores... o cara não conseguiria cumprir as missões de Eetes, ao mandariam ele embora e a galera em Cólquida viveria feliz para sempre... Medeia não estraçalharia seu irmão, não seria trocada, não mataria seus filhos... peraí! Nessa o Eurípedes sacaneou... ele foi um pouco exagerado, talvez o desfecho não seria tão trágico... a moça poderia viver aventuras, passaria uns perrengues aqui e ali, teria dias difíceis com tempestades em alto mar, ficaria puta as vezes por conta disso, mas no fim valeria a pena... Mas se tivesse escolhido a razão, QUE CHATO!!! Ficaria a vida inteira sob os olhos vigilantes do pai, não sairia do mesmo lugar... se casaria com um jovem coxinha, desinteressante e depois descobriria que o cara é gay (que aqui no facebook todo mundo acharia um máximo), viveria uma vida de merda... só porque preferiu seguir a razão, seguir o mais prudente. Na maioria das vezes a razão é boa, faz com que a gente não quebre muito a cara... mas isso não é viver, isso é levar as coisas. Claro que nem todo mundo tem vocação pra ser Medeia, mas deixar as paixões guiarem pode ser uma aventura e tanto. Pode ser que o desfecho de Eurípedes ocorra, mas pode ser que o poeta esteja completamente errado (e provavelmente está), e fugir de um mundo certinho e seguro seja bem melhor. Mas tem gente que acha que não... então cabe cada um escolher qual lado escolher... mas depois não pode chorar o leite derramado.