Rádio Reverberação

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O 7 de outubro de 2012

charge de Alfredo Storni, de 1927, que satirizava o "voto de cabresto", comum durante 
o período da República Velha em que o voto era imposto e controlado pelos coronéis.


As urnas são computadores com joguinhos do Facebook. São instrumentos importantíssimos para a definição do futuro próximo da política de administração pública em nosso país. Eu sei que a obrigatoriedade do voto no Brasil é quase uma releitura do “voto de cabresto” do início do século XX, mas nem por isso deve ser tratado com descaso. Muita coisa está em jogo, tais como a possibilidade de melhoria da educação, da saúde, da urbanização, de possibilidade de trabalho e outros DIREITOS do povo. Não cabe a nós cidadãos usarmos o instrumento do voto para nos prejudicarmos, com o cretino argumento do voto de “protesto”. O protesto deve ser feito nas ruas, nas portas das câmaras, nas praças públicas... nesses lugares sim, aí o povo tem o direito e o dever de cobrar os seus representantes. Rousseau em seu famoso (porém esquecido) “Do Contrato Social” diz que em uma democracia representativa o povo tem o poder de eleger e derrubar qualquer um das instâncias administrativas. Não é votando em palhaços, dançarinas de funk, e “super-heróis” fantasiados que conseguiremos mudar a situação politicamente calamitosa em nosso país. Na verdade isso apenas prejudica. O voto de “protesto” que mais parece um voto de “preguiça” é uma excrescência. Quem o faz não tem o direito de reclamar de nada, porque quem faz uma coisa dessa não está preocupado com o bem da nação. Quando querem que alguém vença o “Big Brother” ou “A Fazenda” o voto sempre é bem pensado, mas quando se trata de escolher vereadores, deputados, prefeitos, governadores e por aí vai, nem sempre se pensa no que realmente o candidato pode fazer por nós. Dia 7 de outubro não é dia de “festa da democracia”. Dia 7 de outubro é dia de escolher quem queremos que cuide de nossas cidades pela gente. São esses homens e mulheres que durante 4 anos vão tomar decisões por nós, serão nossos olhos, bocas, narizes, ouvidos e braços. Eleições não são brincadeirinhas; não é a mesma coisa de votar no casalzinho caipira da festa junina, ou no gol mais bonito da rodada. O Brasil não vai melhor com críticas nas redes sociais... o Brasil vai melhor quando nós, eleitores, tomarmos consciência que o voto faz sim a diferença. Portanto, vote sério, em quem você realmente acredita... e cobre diariamente quem está na câmara defendendo o seu bem-estar.