Rádio Reverberação

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O povo grita por um novo Brasil!

Manifestação na av. Paulista, São Paulo-SP, 18 de junho de 2013

É possível, como pretenso historiador, ficar calado frente à onda de manifestações ao redor do Brasil? Evidentemente que não. Como observado pelo terror dos primeiros períodos, Marc Bloch, ao se referir a uma conversa que teve Henri Pirenne, o historiador é por excelência um observador de seu tempo. Tem sido constantemente lembrando nas redes sociais que os protestos não são apenas pelo aumento abusivo do preço das passagens de ônibus, ele aparece como pretexto... afinal, os protestos na Turquia são apenas pelas árvores a serem derrubadas para a construção de um shopping Center? Claro que não... mas é também, assim como os famigerados 20 centavos. Isso de fato não é, PARA MIM, a coisa mais importante nisso tudo. O que é primordialmente relevante é o grito, até mesmo inesperado, da população. Um grito de desespero e alerta: o Brasil está doente! Está ferido por uma elite autoproclamada que abastecida pela máquina do Estado usurpa do cidadão o direito de viver em um país justo. A injustiça está em todas as esferas, e aquilo que para uns é trocado de pinga, é para muitos o fragmento de sua miséria. Nos últimos dias, maravilhosamente, as ruas estão sendo ocupadas não por “punks” (como insiste em taxar a mídia), não por vândalos ou marginais... mas por uma massa que não aguenta mais viver em um país falido. Porque só agora? A pergunta é porque não agora? Do que importa se uma cidade leva 100 milhões e outra leva apenas 200? O que importa é o verdadeiro despertar de um povo cansado. O Brasil está caminhando bem, e isso graças aos governos Lula e Dilma... a evolução é nítida, o que irrita demasiadamente os reacionários e órfãos da ditadura militar. As reivindicações são para garantir que o crescimento do país apareça nos livros das escolas, nos leitos dos hospitais, no transporte dos trabalhadores, nas árvores das praças, no prato do povo. Hoje não estamos vivendo uma “festa da democracia”, pois não há democracia sem o mútuo cumprimento de deveres e direitos (do Estado e do Povo); somente quando tivermos um país verdadeiramente soberano poderemos comemorar uma era em que a voz do povo é a voz de Deus.