ONTEM À NOITE enquanto eu estava fazendo uma pesquisa na internet sobre os partidos e movimentos monarquistas que surgiram depois da proclamação da República no Brasil me deparei com um blog muito “interessante”, do Partido Monarquista Parlamentarista Brasileiro (http://partidomonarquista.ning.com/). Um movimento atual que visa, assim como eles mesmos dizem, “resgatar valores morais e éticos da nobreza!”. Uma iniciativa muito curiosa se formos ver com os olhos democrático-republicanos de 2012. Assim como Carlo Ginzburg já bem nos disse, quando estamos na internet clicamos em um link aqui, achamos outro ali, que nos leva em um site acolá... e eis que me deparo com o Instituto Brasil Imperial (http://www.brasilimperial.org.br), uma organização “histórico-cívico-cultural” que tem trabalhado muito no campo do estudo e divulgação do Brasil Imperial e da família Orleans e Bragança (http://www.monarquia.org.br/) que orgulhosamente ostentam o título de Família Imperial Brasileira. Ontem mesmo fiz uma brincadeira aqui no Facebook postando uma imagem que defende fielmente o retorno do regime monárquico no país. A princípio eu pensei que talvez isso fosse o auge da ignorância política, concordar com um retrocesso de 123 anos. Talvez o seja, mas ao somarmos com a estapafúrdia vontade de uma grande militância de direita em querer restaurar a ARENA, o assassino partido do regime monstruoso-militar brasileiro, bem como uma onda política de caráter extremamente religiosa, que é muito mais intensa daquela do Partido Católico Mineiro, natimorto em 1890, vemos que hoje há uma crise do passado político nacional. Não sei ao certo se o passado está “ressurgindo” ou se ele ainda não passou. O fato é que a História ainda não conseguiu resolver problemas ligados à tradição e que insistem em se manter vivos no ideário de nossa sociedade. No caso da monarquia não acredito no poder político de quem acredita nisso, mas eles são um expressivo sintoma de um pensamento conservador reacionário que a cada dia que passa fica cada vez evidente no cenário político nacional e tumultua aquilo que vou chamar de “progresso” do país. Mais do nunca vejo a importância da História e dos historiadores na ingrata tarefa de solucionar um passado conturbado, que cada vez mais toma conta e ofusca nosso já sofrível presente.
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