Recentemente ouvi uma frase que achei curiosa, mas que tem um forte conteúdo que eu discordo. A frase era algo parecido com “deixar nas mãos do acaso”. Por definição “acaso” é aquele acontecimento imprevisto, que vem com a casualidade e por vezes depende da sorte para ocorrer. Acho muito arriscado deixarmos que as coisas aconteçam conforme a vontade do acaso. Deixar as ações se resolverem a nossa revelia não me parece ser uma opção justa. Não acredito em destino, que as coisas ocorrem porque há uma força maior que guia nossa vivência... não! isso é uma idiotice. Mas eu acredito que nossas vidas podem mudar a partir de sensações. Estamos em contato com a natureza, com as pessoas e conosco mesmos e essa constante relação nos provocam reações, essas sim, inesperadas. No entanto, essas tais reações não têm nenhum tipo de poder se tivermos, mesmo que seja ínfimo, o controle de nós mesmos. O acaso só existe quando estamos no sofá de casa assistindo um jogo de futebol e de repente temos um “insight” seja lá sobre o que for. A coisa acontece ao acaso quando não temos nenhum tipo de ciência sobre ela. Mas quando se trata de vontade, de necessidade e daquilo que seremos não podemos relegar tudo ao acaso. Coitado, ele já tem coisas demais para pensar... deixar nossas vidas nas mãos dele é muita coisa. Em inúmeros casos temos que fazer escolhas que somente nós podemos fazer... o inesperado não tem nada a ver com isso. O que queremos ser, onde ir, com quem queremos conviver são escolhas nossas. Em algum momento o acaso agirá, afinal quando escolhemos algo não sabemos onde chegaremos, aí o acaso toma conta, mas para isso temos que fazer decisões prévias, devemos dar cara a tapa, devemos ouvir nossos corações e seguirmos pelo caminho que acreditarmos que será o melhor para a gente. Aventurar em terras estrangeiras em um intercâmbio incerto pode ser interessante, mas redescobrir o que tem em nosso quintal às vezes pode ser uma experiência incrível. Nem todas as decisões que um homem deve tomar para a sua própria vida têm que ser benéficas imediatamente, e muitas vezes só nos damos conta disso muito tempo depois. Avançar ou abortar uma ação deve ser uma escolha nossa e não de uma força abstrata, porque vivemos o real e não o acaso.
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