Rádio Reverberação

sexta-feira, 9 de março de 2012

A tentativa de anulação da Operação Satiagraha

Daniel Dantas e ACM

A princípio parecia que os ideais de Mahatma Gandhi haviam sido bem usados aqui no Brasil, durante a Operação Satiagraha, uma gigantesca ação da justiça que revelou uma rede de lavagem de dinheiro, desvio de verbas públicas e corrupção. Significando “firmeza na verdade”, então princípio da “não-agressão” formulado pelo pacifista indiano, a operação brasileira fazia aquilo que em terras tupiniquins é muito raro... colocou muito banqueiro bandido atrás das grades. No entanto, parece que todo o esforço de se fazer justiça no país tem seu prazo de validade, que acaba no primeiro habeas corpus. Uma rede de figurões como Daniel Dantas e Naji Nahas que causam rombos enormes nos cofres públicos são considerados pela justiça e por grande parte de nossos legisladores como agentes avançados do capitalismo moderno. Especuladores que brincam com os contribuintes, que na maioria das vezes não sabem o que acontece, manipulados por uma imprensa que ganha muito com certos acordos, interesses e patrocínios, e também pelos próprios políticos que elegemos. A operação desmascarou uma série de crimes graves, e que podem simplesmente ser considerada como ilícita. Uma suposta ação fora dos padrões pode ser o argumento do Superior Tribunal de Justiça para arquivar essa que talvez seja a principal operação policial do século até então, no Brasil. Considerá-la inconstitucional é o mesmo que trocar Jesus por Barrabás... é o reconhecimento e redenção púbica de criminosos. Até quando vamos assistir esse tipo de coisa? Ao mesmo tempo em que a justiça nos dá esperança que dias melhores estão chegando, ela mesma força o desânimo em acreditar que um dia a lei servirá para todos.

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