Rádio Reverberação

segunda-feira, 19 de março de 2012

Qual é a trilha sonora da sua vida?



Você está tem a resposta na língua quando te perguntam qual é a sua música favorita? Eu tenho a minha já há muito tempo, mas às vezes eu me pergunto se ela é realmente a minha música favorita. Existem momentos que ela serve, e há momentos que não. Isso me leva a pensar que não temos uma música favorita, mas temos músicas favoritas para determinadas horas. E as músicas variam de pessoa pra pessoa e de ocasião pra ocasião.

Não acredito que alguém em sã consciência não goste de música. Não é clichê isso que eu vou dizer não, na verdade é, mas o fato que se trata de uma verdade. A música tem força de mudar nosso estado de espírito; ela tem o poder de incitar multidões; ela tem o poder de reorganizar sociedades. O sociólogo alemão Max Weber já esboçou algo neste sentido, em um artigo intitulado, “Os fundamentos racionais e sociológicos da música” ele mostra como a estética musical separando-se da história da música, no século XIX, gerou tensões que propiciaram mudanças significativas no modo de diversos campos de conhecimento. Como a racionalização da música coincide com a racionalização do próprio mundo ocidental. O negócio é que a música transforma.

Uma trilha sonora, tirando as de novela que vai perdendo o sentido ao longo de 8 meses de chatísse, mas de um filme ou um episódio de seriado... quando a música é bem escolhida e tocada na hora certa derruba qualquer marmanjo. Tudo é uma questão de intensidade, de duração, de interação com a cena... são vários fatores que quando articulados geram uma sensação sublime, exaltando a estética da coisa e principalmente causando a sensação patética que a cena se propõe. Aquela cena do Tom Cruise com Kelly McGillis tocando “You Take My Breath Away” do Berlin ao fundo; ou David Bowie brincando com o molequinho ao som de “Magic Dance”; até o personagem de Clancy Brown sequestrando a de Roxanne Hart, em Highlander ao som de "A dozen red roses for my darling/New York, New You", do Queen. Tudo isso além de ser ótimo, é inesquecível. Poderia ficar horas escrevendo sobre cenas que tiveram a escolha perfeita de sua trilha, mas não vou.

Rick Moranis e Ellen Greene, em "A Pequena Loja de Horrores" (1986)

Já parou pra pensar em qual seria a trilha sonora de sua vida?

Há sempre aquele momento em que acontece alguma coisa em nossa vida e lembramos de uma música imediatamente, e aquela sensação “bem que ela poderia tocar agora”. Seria muito interessante se isso fosse físicamente possível, andar por aí (sem nossos aparelhos individualizantes de MP3) e escutarmos a música certa no momento certo. Seria no mínimo hilário. Mas as coisas não funcionam assim... O Palmeiras perde o campeonato, qual é a primeira música que meu vizinho toca em sua vitrola?: O “hino do Corinthians”! Quando a gente tá mal pra caramba por conta daquela dor de cotovelo, você anda isolado na rua, senta-se no banco da praça e alguém para o carro, abre o capô e liga no último volume “Que isso, novinha?”... não adianta, nenhuma música toca na hora que a gente quer.

Sei lá... por mais que eu ache os Titãs uma banda vendida para o grande capitalismo (não que eu tenha problema com o grande capitalismo, mas uma banda que pregava o anarquismo fazer o que eles fazem hoje, não merecem o meu total respeito), eles tem uma música que ironicamente é muito boa: “A melhor banda de todos os tempos da última semana”. Constantemente aparecem uma banda genial que dizemos ser insuperáveis. Insuperável mesmo é o Queen, mas os outros vão trocando de posto constantemente. E eu que sempre estou vasculhando a internet para descobrir algo que não conhecia me surpreendo constantemente com coisas que não fazia ideia que existiam, ou que não botava muita fé, mas que depois que eu parei para escutar achei genial... e fico achando aquilo a oitava maravilha do mundo até conhecer outra coisa. Isso é incrível!

Mas incrível mesmo é a capacidade dos compositores em escrever músicas que combinem com o estado de espírito das pessoas. Tem música pra tédio, tem música pra felicidade, tem música pra fazer almoço, tem música pra bater laje, tem música pra jogar futebol e até música pra brigar no bar... tem música pra tudo. E eu acredito mesmo que esse seja um grade diferencial do homem moderno. A capacidade de escutá-la, de apreciá-la, de deixar com que ela desperte sensações, das mais bobas às mais alucinantes... fazendo com que mexamos os esqueletos e sair dançando por aí... afinal, quando assiste aquela “Dirty Dancing” dá ou não dá vontade de sair dançando rua afora?! Não tenha vergonha, a resposta é sim!

Qualquer hora faça um exercício e comece a fazer uma lista, como aqueles caras do livro/filme “Alta Fidelidade”, relacionando as melhores músicas para cada situação... vez ou outra nos intervalos eu vou pensando nessas coisas... é um bom exercício de autoentretenimento, mas quando está estressado não há calmante melhor!

É como eu sempre digo... não importa o seu instrumento musical favorito, ou a música mais eletrizante, nunca deixe de dança. Mesmo desengonçado faz bem pra alma!


A melhor música de todos os tempos na minha opinião.

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