Rádio Reverberação

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O que vou ser quando crescer?


A “belíssima” canção da maior banda punk brasileira Garotos Podres, “O que vou ser quando crescer?” é uma sátira que mexe com a dúvida de qualquer pessoa normal do mundo. Claro que a canção e seus exageros não relata a vontade de ninguém, mas ao mesmo tempo nos faz pensar se o que fazemos de nossas vidas/carreiras é aquilo mesmo que queríamos fazer para sobreviver nesse mundo capitalista globalizado.

Eu sou historiador, ganho pouco – aliás, nem um salário de verdade eu ganho – mas eu amo o que faço. As vezes eu brinco dizendo que não vê vejo fazendo outra coisa além de fazer minhas pesquisas, mas na verdade me vejo sim!

Nas últimas semanas, vendo os jogos da Copa São Paulo de Futebol Júnior, assistindo aquela molecada jogando bola, tem hora que eu paro e penso: “puta merda... eu poderia ter jogado esse torneio também, hein!”... eu era um bom goleiro de campo em minha época de Unidos do Jardim Resende, clube que eu defendi por toda a minha infância lá em Pindamonhangaba. Realmente eu seria feliz se defendesse o gol da Sociedade Esportiva Palmeiras. Ou quando assisto vídeos de show ou até mesmo shows ao vivo de rock n’ roll, me lamento em não ter levado a sério a minhas lições de Contra-baixo. Com toda certeza eu montaria uma banda muito mais decente do que esses Restart (em que o baixista não é o baixista de verdade), NX Zero e outros lixos de que entopem a mídia hoje. Quando estou cozinhando fico sonhando com um restante só meu, em que sou chefe ou apenas um cozinheiro que manda em tudo... Puxa! Era o que queria!

Mas tem outra coisa que vem me chamando atenção nos últimos tempos que se eu pudesse, não tenho dúvidas disso, eu ficaria muito feliz! A série “Trato Feito”, que passa diariamente no canal History é a minha fonte de inspiração! Além desse programa, que retrata o dia a dia de uma loja de penhores em Las Vegas, nos Estados Unidos, tem mais dois programas que completam os meus sonhos, “Caçadores de Relíquia” e “Mestres da Restauração”. Caramba... aqueles caras é que são felizes. Trabalham com cada material antigo, relíquias, antiguidades e coisas maravilhosas, que possuem histórias únicas, sobre apenas uma peça, que fez parte da vida de alguém em algum momento do tempo e ao mesmo tempo faz parte da história da humanidade, de uma coletividade que vai para além daquela simples peça. Os caras compram e revendem... ganham uma nota preta com aquilo e aprendem coisas valiosas da história! Simplesmente sensacional!

Ser dono de uma loja de penhores? Ter um antiquário como a de Russell Nash/Connor MacLeod? Sair por esse Brasilzão afora procurando peças antigas e revendendo-as? Não sei... ver aqueles caras fazendo essas coisas me dá uma baita vontade de juntar uma grana, entrar no Mercado Livre e sair comprando algumas coisas e tentar revendê-las... tudo é muito legal!

Não abandonaria a História não... continuaria a praticar o oficio, que neste caso serviria até mesmo como um intensificado, mas ganhar dinheiro com uma loja de antiquários, mas não uma qualquer, uma grande, cheio de gente... isso sim eu gostaria de fazer.

Agora resta a gente pensar! Nós fazemos aquilo o que realmente agente quer fazer? Somos felizes com as profissões que escolhemos para gente? Eu adoro a minha... mas talvez eu consiga me ver fazendo outra coisa.


Para acessar a página do Trato Feito no "History", clique aqui.

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