Rádio Reverberação

quinta-feira, 7 de março de 2013

O assassinato do simples Direito de ser Humano


Quem é ser humano e pode gritar com pulmões cheios que o é? Para nossos representantes políticos são poucos os que podem gozar de tal privilégio. A minoria dominante, que historicamente agrilhoa nossa sociedade, são os que têm seus direitos assegurados pelo Estado brasileiro. Para os olhos de alguns essa minoria forma a verdadeira maioria de nossa sociedade. Como foi muito bem exposto pelo deputado Domingos Dutra, que ao discursar pela última vez na Comissão dos Direitos Humanos disse que na verdade aquela comissão tinha como grande característica assegurar os direitos (e não privilégios) da maioria da população. Mulheres, negros, pobres, homossexuais, crianças, índios, escravos, etc., que são tratados pela maioria da população como minoria compõem o maior quadro de brasileiros. Mas aos olhos do Congresso isso não é importante. O importante não é construir um espaço de debate e ação para erradicação dos males causados por outros seres humanos, mas de alinhar bases políticas internas e externas às tribunas. A eleição de um fascista evangélico, preconceituoso, homofóbico, estelionatário, e por aí vai (o tal do Marco Feliciano), para novo presidente da CDH não é apenas um voo pra trás, mas é mais um resultado sintomático de uma situação que já há algum tempo temos discutido: “a virada reacionária”. Não precisamos voltar à discussão que o Estado é laico e a constituição cobre a todos... isso NUNCA foi posto em prática. Mas a forma que isso se deu desta vez fere todo projeto de democratização e progresso de nosso país. A ordem será imposta de forma unilateral, conservadora e moralmente religiosa, mesmo que a moralidade da religião já tenha se dissipado ao vento há muito tempo. O Parlamento brinca com o povo, e nos leva à barbárie, pois esse é o verdadeiro fim da história... uma história que não se procurava reparar, mas pagar suas dívidas... e que agora declara moratória. Sim! o CDH torna-se uma das piores excrescências de nossa política atual. É o início de um fim melancólico de um projeto que se não estava consolidado (acredito que esteja longe disso), estava encontrando o seu caminho. Agora não é o momento de lamentação, mas um tempo para avaliarmos o que está sendo feito do Brasil e agir para interromper um engessamento ainda maior de nossa situação. Não é o fim, um revés talvez, mas para que os Direitos Humanos continuem soberanos... aqueles que são contrários a tais direitos não podem jamais assumirem o poder.

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